domingo, 23 de maio de 2010

da regra do oblato camaldolense

Vá pelos caminhos do mundo, lado a lado com todos os homens, na humildade e simplicidade do seu nada e na silenciosa escuta do Mestre, como se estivesse na cela de um Mosteiro, visto que onde quer que estejamos ou por onde andemos, levamos sempre conosco a nossa cela que é o nosso coração, onde vive e habita a alma do Oblato Camaldolense na constante busca da intimidade com Deus, para que em tudo seja Deus glorificado. Na verdade, se a alma não consegue descobrir neste recolhimento interior da sua cela do coração a presença de Deus, de pouco aproveita a outra cela construída pela mão do homem. Permaneça, portanto, amorosamente enamorado pelo Deus uno e trino nesta cela, sem jamais desanimar, totalmente recolhido, como uma criançinha que nada deseja ou espera do seu Senhor senão a sua Graça, vigilante e atento a esta presença, esquecido de si mesmo, abandonando-se à ação do seu Espírito, esforçando-se por cumprir a vontade do Pai nas circunstâncias ordinárias de cada momento da sua existência, não desejando mais viver a própria vida, mas ver-se transformado pelo seguimento de Cristo, para que a vida seja mais divina do que humana e que o Pai, ao contemplar-nos, possa reconhecer em nós a imagem do “Filho muito amado, no qual Ele pôs todas as suas complacências”. Como é o amor que une a alma a Deus e aos irmãos, quanto mais intenso for este amor, tanto mais profundamente penetrará em Deus e se aproximará do irmão. Assim, ao colocar Deus como o centro da sua vida, todos os movimentos da sua alma se tornarão, então, divinos, porque o Senhor os produzirá nela e com ela, transfigurando-a e transformando-a, tornando-a muito semelhante a Ele. Esta alma que deste modo vive nesta cela já não mais precisará perguntar a ninguém por Ele, porque Ele é sua alma, e sua alma é Ele.


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